terça-feira, 25 de outubro de 2011

ele por ele no dia que é hoje.


Ele se equilibra entre suas monstruosidades que tem personalidade própria. As mais vivas são aquelas três crianças que passeiam por ali já faz tempo. A loirinha hábil em desejar e construir mundos fantásticos só dela, idealista, curiosa, ágil, mas confusa demais. E aqueles outros dois que ocupam lugares quase opostos: um, orgulhoso de ser quase um menino de verdade, continua enfrentando o mundo com seus jogos de palavras e seus esconderijos; o outro sem mantém orgulhoso de viver num mundo só dele e de manter o controle sobre situação e sobre seu caráter de bom moço.

Um dia alguém especial lhe disse que as melhores lembranças são aquelas que deixamos no dia a dia e que a vida é tudo aquilo que acontece enquanto nos preocupamos com planos futuros. E é mesmo. O que acontece é que a certa altura ele se da conta que aprendeu bem demais essas lições. Lida tão bem com uma coisa depois da outra a cada momento, que quase sempre chega perto do fim do desfiladeiro, olha pra baixo e ri.

E em meio a tudo isso, as vezes ele lembra que tem alguma coisa que dói e entre as estratégias que cria a mais recorrente é comer sonhos. Sim, ele come sonhos como placebo para diminuir a dor que ele não sabe de onde vem e nem onde está.

Sem sono e nem razão para o ter, há nele uma imensa vontade de dormir. Nessa hora ele percebe que já não sabe exatamente quem é e nem quantos já foi. Dentre as poucas coisas que ainda sabe sobre si, sabe que quando a música toca, alguma coisa começa.

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