quarta-feira, 9 de abril de 2008

De onde vem os príncipes.

Príncipes, para serem realemente príncipes, precisam ter algumas características fundamentais: coragem, lealdade, beleza e principalmente habilidade para amar muito e com muita qualidade. Mas os príncipes vem de lugares diferentes.

Tem aqueles que vem nos cavalos brancos, com roupas pesadas e caras de valente. Estes normalmente são corpulentos e apaixonados por donzelas que precisam ser salvas de alguma coisa, precisando desafiar mundose fundos em prol de tal amor.

Outros príncipes vem em forma de sapo, em busca do verdadadeiro amor que será capaz de reconher suas qualidades especiais por trás da aparência pouco habitual e com um beijo lhe conceder a forma humana. Estes normalmente estão envolvidos com magia, e quando humanos são bem parecidos com os dos cavalos brancos.

Também tem um especial, um pequeno do qual gosto muito. Este vem de carona com gansos selvagens diretamente do asteróide B612, deixando pra trás seus baobás, vulcões e sua linda rosa vermelha.

O meu príncipe não vem de nenhum desses jeitos ou lugares.
Meu príncipe vem do Capão. Com mochila nas costas, rostinho queimado de sol, bolachinhas integrais, cachaça de jabuticaba, sorriso maroto e muitas histórias pra contar.

terça-feira, 8 de abril de 2008

janela do meu quarto.

Nunca nenhum passarinho quis fazer ninho aí.
Mas é bonito mesmo assim.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

comendo sonhos-placebo.

dia estranho hoje.

levantei cedo para trabalhar, trabalhei um tempo e uma gritaria interrompe a vida na rua. Uma das coitadas que trabalham se vendendo diante da nossa porta foi espancada quase até morrer em pleno sol de 11 da manhã. vi tudo pela janela. uns homens tentaram defender, depois chegou a guarda municipal, mais tarde o socorro médico. passei o dia pensando que ela deve ter morrido.

o mais estranho: percebo, depois da cena, que não estou mais triste o que estava antes. meu deeeeus, eu já estava triste o mesmo tanto! guria... me sinto sem vontade de fazer as coisas. de fazer qualquer coisa. não tem a ver com uma preguiça física. essa não tenho sei lá pq. é falta de vontade, de motivo, de impulso. fodaaaaa, mas olho pra tudo que tem que resolver e acho tudo tão sem propósito.

depois de mais um tempo sem fazer nada, meio que me escondendo dentro do estúdio de trabalho, fui comer um sonho na confeitaria das famílias. comi lentamente e ele estava delicioso. me senti melhor. peguei um ônibus e vim pra casa.

desci do ônibus e percebi que o efeito do sonho já tinha passado. decidi passar na padaria pra comprar mais. cheguei no balcão, não vi sonho nenhum e perguntei pra atendente "você tem sonho?". ela respondeu "não tenho mais. até tinha, mas não tenho mais sonho não". vi nos olhos dela que era verdade. e acho que ela também viu no meu o quanto eu precisava de um.

to me sentindo meio macabéia (de "a hora da estrela"). ela tomando aspirina o dia todo pra tentar conter uma dor que não sabia onde estava e nem de onde vinha. eu comendo sonhos. pra descansar da tristeza.

meu quarto está uma bagunça (de um jeito que nunca esteve... sujo, com cheiro estranho, pilhas de coisas que nem sei mais o que são); meus documentos, papéis, arquivos quase sem comunicação com o mundo (pois não dou a mínima pora eles); minhas tarefas se acumulam a semanas (no mês de maço só apaguei incêndios).

e como se não bastasse voltou a chover. e aqui está chovendo muito.
tudo cinza e gordo, de tanto sonho-placebo.

hoje o post não tem imagem.